quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Povo brasileiro, o melhor de uma nação

Ontem fui obrigado a pegar um táxi. Não tenho costume de fazer isso, mas a ocasião exigia. Passando pela Avenida Atlântica, indo para o Centro, vimos um cara sendo assaltado por dois marginaizinhos sem importância. Foi coisa rápida, sem maiores consequências ou perdas materiais. Suficiente apenas para que os comentários começassem a sair da boca do taxista. Colocações típicas dos cariocas. O cara dizia que tem que pegar, tem que prender, tem que tacar a mão, tem que dar uma lição na base da porrada. Detalhe que merece ser destacado: Renan Calheiros havia sido absolvido pelo Senado horas antes.


Não estou aqui defendendo assaltos ou tentando justificar a atitude dos dois ladrões. Eu só quero ver se consigo entender como chegamos a esse grau de cegueira, de conivência com a imundice. O brasileiro não está indignado com o que aconteceu ontem em Brasília. Ele está mais preocupado com as pequenas picuinhas que movem sua medíocre vida enquanto esquece que ela é diretamente influenciada por acontecimentos maiores de ordem política e institucional. Parece difícil, mas vamos lá. Vale o esforço.


Todo mundo se exime da culpa. É mais cômodo simplesmente chamar todos os senadores de filhosdaputa e esquecer que eles estão lá porque foram votados. Não são esses senadores e deputados os corruptos safados. Eles apenas representam o povo brasileiro que escolhe em quem vota. Senadores e deputados são o espelho perfeito dessa nação de corruptos e safados. Incapazes de reconhecer no poder representativo aquilo que somos, nos indigna muito mais um assalto sem graça no calçadão de Copacabana.


Enquanto o brasileiro continuar a ser o que é, a coisa vai piorar e muito.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá, João
A "Babilonia" ou " Princezinha do Mar" - muito poluído por sinal < não se assuste, não é sinal com radar e pardal - que custaram milhões aos cofres públicos > -, também conhecida como COPACABANA < termo oriundo do Tupi Guarani - "...todo dia era dia de Índio..." >, é, como v. sabe, um bairro-Cidade. Alí, todos os dias < que não é mais de Índio > situações como esta do seu relato, um assalto, um roubo, um latrocínio, se repetem. Do interior de meu taxi < caramba! acabei de lembrar uma musica (?)," Vou de taxi", e... consequentemente lembrei de sua postagem sobre o (incrível) Sr. Huck - acho que ainda há salvação > os passageiros, que observam estas cenas, geralmentetem tem os mesmos impulsos, as mesmas emoções, que o condutor do taxi citado em sua postagem. Medo! Medo! Medo! É esta a palavra com a qual classifico estes impulsos, estas emoções, para o fato ocorrido, um ato violência em plena luz do dia, esboçadas por pessoas de diversos níveis sociais ( do taxista e dos passageiros ). O [b]medo[/b] limita a [b]inteligência[/b], a [b]capacidade de análise[/b] e a [b]coragem[/b]...e, sem coragem não há ação, e sem ação-cidadã os [b]des-governos[/b] se perpetuam...e, assím [b]a miséria e a fome[/b] continuarão nos "cobrando atenção", mostrando sua face, nas ruas e nas avenidas desta turística "Babilonia".
Namastê!