quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Medida urgente do próximo prefeito

Demitir toda a diretoria da Comlurb, os funcionários abaixo listados:

Paulo Carvalho Filho - Diretor Presidente

Reynaldo Pinto de Souza Braga Júnior - Diretor de Administração e Finanças

Rafael Goltsman Lerner - Diretor de Gestão de Pessoas

José Guimarães Bulus - Diretor Técnico e Industrial

Luciano Montenegro Jobim - Diretor Jurídico

Edson Marcos Rufino da Silva - Diretor de Serviços em Áreas Verdes

Marco Antonio França de Melo - Diretor de Serviços Sul

Tarquinio Prisco Fernandes de Almeida - Diretor de Serviços Oeste

Luiz Sergio de Souza Almeida - Diretor Chefe de Gabinete

Esses senhores são incapazes de realizar o serviço que lhes cabe sem causar enormes transtornos para os contribuintes que pagam seus salários.

Esses senhores são incapazes de planejar coleta de lixo em horários que não atrapalhem a vida dos que querem viver.

Esses senhores devem ser afastados imediatamente dos seus cargos.

9 comentários:

Marco disse...

Se privatizassem a Comlurb e desregulamentassem a indústria de coleta de lixo eles seriam demitidos na hora. E todos os incompetentes no futuro. Ah, e certamente roubar da empresa não passaria em branco MESMO.

Empresas cortando suas respectivas gargantas pelo lucro de catar o seu lixo, ao invés de empresas de transporte oferendo cada vez mais $$ pro prefeito permitir um aumento da tarifa.

João disse...

Bom, Marco. A coisa não funciona assim. É só ver o que é o transporte público. Ele é privado, é ineficiente e é caro. Muito caro. Um absurdo de caro. Essa conversa de que o mercado faz melhor e mais barato é retórica. É sabido que o no capitalismo reina a anarquia na produção e troca.

É claro, para o dono da empresa de ônibus tudo é uma maravilha. Sem integração, sem racionalidade, o que obriga o usuário a pagar várias passagens para chegar a algum lugar.

O problema da Comlurb é outro, e é pura falta de capacidade da diretoria/prefeitura. Privatizar não mudaria nada se não houver vontade de fazer a coleta de maneira diferente. Os idiotas pegam lixo de dia, o que é errado, porque é mais barato, imagino. Mas o ganho é burro, já que impossibilita a convivência urbana.

Só o fogo resolve.

Marco disse...

O transporte público é privado? Desculpe, as empresas podem até ser privadas, mas são um cartel com respaldo de lei, a Fetranspor. Preços fixos por 'autorização da Prefeitura para reajuste de tarifa' é característica do Socialismo.

A escolha de pagar 2,10 no 410 e 2,10 no 409 de fato não é escolha alguma. Um monopólio dessa escala escandalosa só pode se manter com a ajuda do Estado.

Se não fosse por essa agência que legalmente alia as empresas de ônibus contra o consumidor, teríamos a Transurb e a Saens Pena, não dormindo de conchinha na mesma cama feita de notas de 2 reais e moedas de 10 centavos, mas brigando por quem oferece a menor tarifa e o melhor serviço e criando novas linhas conforme surgisse a demanda. Não porque são bonzinhos, mas porque querem ter o maior lucro possível.

Contra-intuitivo como pode parecer, a produção e a troca numa anarquia seria muito mais racional do que no nosso capitalismo de fachada onde a lei protege as empresas do fardo inconveniente de ter que competir pelo nosso dinheiro.

João disse...

Marco,
Não dá para colocar interesses de empresas acima das necessidades básicas do público. E não vejo como a concorrência faria a passagem cair se a própria integração entre concorrentes é uma contradição. Nesse caso só uma intervenção popular (Estatal, tá) séria faz o interesse público passar a ser prioritário.

E é sempre bom lembrar. Concorrência por lucro não leva ao preço mais barato. Uma vez que há o lucro e há a necessidade de produzir mais-valia, o roubo já está presente.

Abraço.

Marco disse...

Bem, sobre a teoria de valor de Marx eu só posso dizer que não concordo. Dizer que o valor de algo está de acordo com a quantidade de trabalho empregada na produção, de um 'total de trabalho da sociedade' me parece uma macroeconomia disfarçada, coisa de que já tenho uma desconfiança. Taxação me parece mais roubo do que essa mais-valia. Pra ilustrar. Compare com a China pra dar uma risada.

Se empresa A e B disputam a mesma mão-de-obra para contratação, segue que salários sobem em função dessa competição. De onde o empregador tira o $ para pagar esse aumento de salário? Do lucro, obviamente, ou ele não chega a um preço que a troca ocorre.

Meu ponto é que; essa intervenção só se faz necessária depois que outras ações governamentais já protegeram as empresas da competição entre si e de recém-chegadas ao mercado. Se tivéssemos um mercado livre de transporte as tarifas seriam muito menores. Talvez não haveria a demanda que temos hoje pela integração, ou bilhete único, que em última análise é simplesmente demanda por transporte.

João disse...

Fechamos essa resposta:

1. A teoria do Valor de Marx, muito bem trabalhada por Kurz, não é um objeto de culto moral ou de crença individual. É uma verdade, base do pensamento marxista. Quando compreendida corretamente, só com muita relutância, aí sim moral, uma pessoa não se torna "comunista".

2. Não esqueça do lúmpem. A produção precisa de cada vez menos trabalhadores. Veja os ônibus sem trocadores. Por isso rumamos para o inevitável colapso.

3. Por que o medo da racionalidade? Por que essa ânsia pela competição. Interesses particulares são exatamente isso: interesses particulares. Pode colocar 50, 100, 2000 empresas lutando para amavelmente prestarem o mesmo serviço cada vez mais barato em nome do bem da humanidade. Mesmo assim, sem algum tipo de regulação que não seja meramente as leis do mercado, a tendência é a eliminação das concorrentes, concentração de capital. E deixar o capital por sua conta não deu muito certo.

Marco disse...

1. Cara, pra uma teoria se autoproclamar uma 'verdade' está necessariamente deixando o campo da ciência pelo do dogma religioso. A teoria de valor de Marx não é perfeita, e no meu limitado conhecimento foi suplantada pela teoria de utilidade marginal. Por exemplo, se eu tenho 10 reais, a primeira garrafa de leite que eu compro por 2 vale mais pra mim que a segunda. Se eu tiver 100 a cena é outra, e assim por diante. Valor não se define simplesmente pelo 'trabalho dispensado'. Mas você não é obrigado a concordar comigo, o Liberal desprovido de moralidade. ;-)

2. Não seria o progresso o objetivo da humanidade? Conseguir fazer mais com menos esforço? Você colocaria 100 homens labutando sob o sol pra fazer o trabalho que um poderia fazer com uma escavadeira?

Se um dia a produção não precisar mais de nenhum trabalho, será porque todas as necessidades humanas foram satisfeitas e o homem será como DEUS que consegue fazer surgir um banquete e um mate geladinho com um estalar de dedos.

Não é o caso; como explicar que, quanto mais livre e 'anárquico' o mercado de trabalho, os trabalhadores são, não mais explorados e mais desempregados, mas mais bem remunerados e com mais oportunidade? Veja Hong Kong, aquele pandemônio anárquico.

3. Porque ela não é racional, é meramente despótica. O lúmpen não existe na vida pública? Porque o interesse individual é tão nefasto quando tem poder apenas sobre sua propriedade particular e realizando trocas voluntárias, mas atrai esses anjos em forma de homem para cargos com autoridade sobre a vida de _todas_ as pessoas e suas posses?

Julgar as coisas por suas intenções e não seus resultados é um erro. Você diz que deixar o capital por sua própria conta não deu muito certo, me diga UM exemplo onde deixar o capital por conta do Estado deu.

Poliana Lima disse...

Marco, vc é formado onde? Jesus...
Nada mais ideológico do que o seu raciocínio. E o pior: é aquele tipo de raciocínio que se julga neutro.

Não vou me alongar, só vou colocar uma coisa: antes mesmo do Marx o próprio Hegel já havia formulado a possibilidade do conhecimento concreto da realidade. Ou seja, que é sim possível compreender a realidade corretamente e no frigir dos ovos chegar a uma verdade, não uma verdade única e absoluta, mas uma verdade em movimento, como a própria realidade. Estamos falando de dialéticos e não de mecanicistas...

Além disso: afirmar que nenhuma teoria pode ser verdadeira já é uma verdade absoluta.

Percebe o paradoxo irracional dentro do qual seu pensamento está fixado?

Isto provavelmente não é à toa. É uma escolha, e uma escolha ideológica que justifica e embasa este sistema social injusto.

A boa notícia é que este sistema é tb histórico (como qualquer outra forma social) e cedo ou tarde perecerá. Quer vc queira, quer não.

Ah! Só mais 2 pontos:

Se vc se atentar um pouco pra história, vai perceber que o indivíduo moderno é algo absolutamente novo e nasce com o capitalismo, ou seja, uma forma de produção específica que determina toda a organização social. Antes do adventos das revoluções burguesas vc não tem essa noção de indivíduo tal como conhecemos e não se tem tb essa coisa com os interesses particulares.

E o último ponto, prometo:

A tendência máxima da livre concorrência é o monopólio, Se não me falha a memória a Kraft, a Nestlé, a Gessylever, o Walmart detém em suas mãos outras empresas com a aparência de concorrerem entre si. Vc deve beber cerveja e deve saber que tb nesse ramo são uns poucos conglomerados econômicos que têm tudo...

Nem os grande capitalistas acreditam mais na livre concorrência, essa é a miséria ideológica do capitalismo decadente, essa éa idéia que ele vende aos pobres coitados pra que ninguém saia do controle e se sinta satisfeito com a barraquinha de cachorro-quente que tem. Afinal, quem não quer se sentir um autêntico proprietário?
Abraço cordial

Marco disse...

Opa, eu nunca disse que uma teoria nunca pode ser correta, só que a teoria de valor de Marx não está. O julgamento sobre a validade de uma teoria vem, não do próprio autor, mas de como essa teoria se comporta explicando corretamente o mundo real.

É claro que a realidade pode ser conhecida. Existem os absolutos. Ainda não percebi esse paradoxo irracional que meu raciocínio se encontra, mas se você estiver certa, não poderei ver mesmo, então me ajude aqui por favor. :-)

Me diz uma coisa, você acha que a U.S.S.R. era um sistema social justo? Você acha que na China não há gente no governo que 'têm tudo'? E Cuba, as pessoas fogem de lá por causa do clima?

Então vem cá... essa coisa toda de direito a vida, a liberdade e a procura da felicidade é uma modinha passageira e devíamos nos sujeitar novamente à um rei ou comitê absoluto novamente? Pelo bem comum, claro.

E sobre seu último ponto você está absolutamente certa. Os grandes capitalistas de fato não querem o laissez-faire. Eles querem liberdade para os outros, e para eles, uma isenção fiscal aqui, uma tarifa contra um competidor externo acolá, e por aí vai. A verdade é que a regulação dos mercados aniquila os 'pequenos Capitalistas', que não tem condições de arcar com os custos no início das operações, enquanto beneficia as grandes corporações que podem simplesmente criar um departamento pra lidar com toda a papelada e ainda estão protegidas da competição vinda de baixo.

Você está realmente de acordo com a realidade, só está apontando seu dedo pro carrasco errado. O Liberalismo é o único sistema em que um dono de barraquinha de cachorro-quente pode ficar rico, não esse mestiço Liberalismo/Socialismo que domina o mundo hoje.

Desculpe o discurso prolixo. É o jeito que eu sou formatado, imagino. :D

Abs